terça-feira, 9 de junho de 2009

Gabrielli atua por baixo dos panos. A farsa dos preços do diesel no Brasil.


Temendo a possibilidade de que algum distribuidor lançasse mão do direito de importar combustíveis, a Petrobrás já vinha oferecendo descontos de até R$ 0,25 por litro, de acordo com o presidente da Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombistiveis), Paulo Miranda. Um desconto bem maior que a queda anunciada ontem para os preços do diesel.
Muitos se lembram quando José Sérgio Gabrielli afirmou que não pretendia baixar os preços e que quem quisesse combustível barato, que comprasse lá fora. "Se o preço nacional está muito caro, a lei permite a importação de combustíveis por outras distribuidoras". "O mercado brasileiro é aberto e tem mais de 250 distribuidoras que podem importar quando quiserem" Afirmou Gabrielli meses atrás (veja a matéria aqui). Na prática, a Petrobras agiu de outra forma. Adotou a política de descontos para os distribuidores a fim de inibir as importações. A diferença é que estes descontos nunca foram repassados para o consumidor final, que continuava pagando o preço cheio.
De fato, esta política adotada pela Petrobrás é imoral em todos os aspectos, pois visava inibir a iniciativa privada de importar, com vistas a manter o monopólio de comercialização, ao mesmo tempo em que impedia que os benefícios se estendessem ao consumidor final. Esta estratégia de manipular o mercado, interferindo diretamente nas regras do livre mercado, é apenas um esboço do tipo de filosofia adotada pela direção da Petrobras no vale tudo para dominar o mercado.
A agressiva política de descontos foi adotada com o objetivo de frear o crescimento nas importações de diesel por clientes da Petrobras. Segundo fontes do setor, grandes consumidores industriais e até distribuidoras tradicionais de combustíveis chegaram a trazer cargas de diesel importado, mediante a negligência da estatal em repassar as quedas nas cotações internacionais do petróleo.
O preço do combustível brasileiro estava no mesmo nível desde maio de 2008, quando o petróleo rondava a casa dos US$ 105 por barril. Com a queda do valor negociado no mercado internacional para cerca de US$ 40, no início do ano e agora permanecem estáveis na casa dos U$ 60, as importações ainda são mais lucrativas. Pubicamente, o presidente da Petrobrás afirmou que não baixaria os preços, mas por baixo dos panos, pratica a política de descontos, favorecendo apenas os distribuidores e a própria estatal, em detrimento do consumidor. Uma atitude pouco nobre, considerando os esforços múltiplos dos consumidores para comprar os produtos da Petrobras.

Um comentário:

  1. Esse mundo corrupto e cheio de tranbiqueiros náo tem mais jeito, só Jesus para nos salvar.

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