segunda-feira, 1 de junho de 2009

Gabrielli faz ameaças veladas em clima de chantagem ao citar a CPI


Além da pressão do PMDB por cargos na estatal, cobiçados até mesmopelo presidente Lula, é provável que haverá corpo mole por parte da direção da Petrobras em fornecer informações aos membros da CPI. Hoje, em entrevista na Unidade de Negócios da Industrialização do Xisto, em São Mateus do Sul, no sul do Paraná, a cerca de 150 quilômetros de Curitiba, José Sérgio Gabrielli falou em tom de ameaça, lembrando o plano de investimentos da estatal, de U$ 174,4 bilhões até 2013.

"O plano de investimentos atrai várias atenções e esperamos que a iniciativa das investigações sobre fatos determinados não atrapalhe nosso setor de investimentos, esperamos que as iniciativas, particularmente do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), não venham a atrapalhar os investimentos, particularmente no Estado do Paraná".

No mesmo tom, o diretor de Abastecimento da empresa, Paulo Roberto Costa, alertou: "Se parar investimentos vai parar contratos, se parar contratos vai ter demissões". Segundo ele, o País será prejudicado. "Alguém depois vai ter que explicar esses prejuízos", acrescentou Gabrielli, que ainda tentou emitir um alerta aos partidos que recebem doações de empresários investidores da Petrobras ao afirmar que "A continuidade dessa campanha, a permanente presença da Petrobras não mais nas páginas econômicas, mas nas páginas políticas e de denúncias dos jornais, evidentemente vai impactar sobre a reputação da Petrobras", insinuando a insatisfaçãode alguns setores do mercado com a CPI.
As ameaças não são suficientes para impedir o andamento da CPI, mas podem perfeitamente inibir as iniciativas de alguns parlamentares. Gabrielli, Costa, Lula e Dilma sabem muito bem disso. A tática adotada pelo governo consiste em atacar, revelando as armas e artificíos a que podem recorrer em caso de uma investigação mais apurada. A oposição, que assim como Lula também cobiça cargos na estatal, tem dois desafios pela frente: resistir à chantagem da política de investimentos ou resistir à oferta de cargos estratégicos na direção da empresa em troca de fazer vistas grossas à dezena de irregularidades apuradas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Fica cada vez mais difícil acreditar que todas as denúncias serão apuradas de fato, em face do pesado jogo de interesse envolvido.

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