segunda-feira, 29 de junho de 2009

Gabrielli: contando com a impunidade


Contando com o jogo sujo da base aliada que lança mão de expedientes pouco nobres para adiar o começo da CPI da Petrobras, o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli insiste em desafiar o bom senso da população. Mesmo após a série de denúncias de fraudes em licitações, superfaturamento de obras, irregularidades no uso de verbas e desvio de royalties, o presidente da estatal desfila sua arrogância diante dos fatos.

A descoberta de que os integrantes da cúpula da empresa receberiam supersalários, segundo reportagem do Correio Braziliense não diminuiu sua insesatez. Apesar da nova denúncia, a CPI que investigaria esta e outras possíveis irregularidades não deve ser instalada novamente esta semana graças às manobras do governo.

Os diretores e o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, receberam uma soma de R$ 710 mil em 2007, o que corresponde a uma média mensal de salário de R$ 60 mil. Segundo o jornal, os dados foram obtidos numa documentação enviada pela Petrobras ao Ministério da Previdência e à Receita Federal.
“Até o Estadão entrou nessa matéria muito ridícula, porque ela é uma matéria que não tem fato novo nenhum, porque inclusive a divulgação disso é da nossa própria assembléia geral, que é pública. A informação refere-se à remuneração dos dirigentes da Companhia de forma bastante truncada, envolve um claro indício de crime de quebra de sigilo fiscal, porque, aparentemente, o repórter que fez a matéria para o Correio Braziliense obteve de forma fraudulenta informações fiscais que são protegidas pelo sigilo fiscal. Dessa maneira, portanto, de um lado ela é evidência de um crime. De outro lado, do ponto de vista dos valores, são bastante “modestos” comparados com empresas do mesmo tamanho” Declarou Gabrielli sobre a divulgação dos supersalários dos apadrinhados políticos em altos cargos na estatal.
“Você torna mais vulnerável os profissionais da Companhia às atrações de mercado. Como é que nós evitamos isso? Como é que nós deixamos de perder talentos? Nós temos a política de retenção de talentos” Complementou, esquecendo-se de acrescentar que os executivos do mercado recebem altos salários por mérito e não por apadrinhamento político.

O reajuste de até 90% para a diretoria executiva da Petrobras foi autorizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, entre 2003 e 2007. A diretoria da estatal é formada majoritariamente por “talentos” da base aliada ao governo: PT e PMDB. Indicado pelo PT, o diretor de Operações e Exploração da empresa, Guilherme de Oliveira Estrella, por exemplo, teve seu salário aumentado em quase duas vezes em quatro anos: de R$ 368.711,36 em 2003, para R$ 701.764,79, em 2007. De lá pra cá, não se sabe a que ponto esses abusos podem ter chegado.

Apesar da legalidade da ação, o senador e autor do requerimento de criação da CPI da Petrobras, Alvaro Dias (PSDB-PR), afirmou: “nós não estamos discutindo a legalidade: nós estamos questionando a moralidade”.
Subestimando a inteligência da população, Gabrielli alegou que diante da falta de fatos determinados para investigar, senadores estariam apelando para "fatos artificiais" armados em combinação com a imprensa, ou a "coscuvilhices" (mexericos), palavra que incorporou definitivamente ao seu vocabulário. A seguir, fez uma ameaça velada: "Estamos preparados para um vale-tudo". E acrescentou: "O ataque também faz parte da defesa". Na mesma entrevista, prometeu processar o jornalista que vazou matéria sobre os altos salários dos apadrinhados políticos da estatal:
José Sergio Gabrielli: "A fonte ele não revela. Nós não podemos. A matéria é assinada. A suíte que foi feita hoje pelo Sr. Amauri Ribeiro Júnior repete esse crime, ele assume que houve uma quebra de sigilo fiscal, porque ele tem documentos enviados à Receita Federal. Está explícito, assinado, a matéria é assinada por ele. Ele está assumindo um crime. Não pode ficar impune uma coisa dessas"...
A reação veio rápida. "Essa arrogância do Gabrielli esconde medo", disse o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). Líder do PTB e vice-líder do governo no Senado, Gim Argello (DF), um dos articuladores do movimento para barrar a CPI, ficou desconsolado com a entrevista. "Não vejo necessidade em bater no Congresso. Não vejo parlamentares com intenção de detonar a Petrobras", observou.

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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Gabrielli e Seu Passado Obscuro

José Sérgio Gabrielli, o Presidente da Petrobras concedeu uma longa entrevista à Isto é Dinheiro esta semana. Como é de praxe, a entrevista foi puclicada no Blog da Petrobras. Apesar do alarde em torno da tão mal fadada transparência de sua gestão, Gabrielli foi bastante vago quando instado a falar de seu passado. Acompanhe uma parte da entrevista abaixo:

Entrevistador: Fala um pouquinho para gente também do seu papel na criação do PT. O senhor foi da ficha número 15, número 50, como era a sua linha política naquele momento?
Sergio Gabrielli: Eu morei cinco anos fora do Brasil, voltei em 1980.
Entrevistador: Morou exilado?
Sergio Gabrielli – Eu fui expulso da universidade pelo exército. Eu fui jornalista e fui expulso da redação pelo exército, então eu fiquei sem condições de sobreviver(?).
Entrevistador: Mas o senhor foi estudar não é isso?
Sergio Gabrielli: Fui estudar. Eu fiquei sem condições de sobreviver(?). Fiz mestrado aqui no Brasil, terminei em 76, fui demitido dos jornais em 71, fui condenado em 73, cumpri pena…(?)
Entrevistador: Cumpriu pena? Conta um pouco para gente.
Sergio Gabrielli: Fui condenado, cumpri seis meses de prisão.
Entrevistador: Na Bahia?
Sergio Gabrielli: Na Bahia.
Entrevistador: Saiu e depois foi estudar fora?
Sergio Gabrielli: Fui estudar nos Estados Unidos, com bolsa americana. Sem contatos com o Brasil.
Entrevistador: Com bolsa americana?
Sergio Gabrielli: Com bolsa americana.
Entrevistador: Eles não sabiam?
Sergio Gabrielli: Eles sabiam. Tinha cinco anos fora sem vínculos econômicos com o Brasil.
Entrevistador: E quando o senhor voltou?
Sergio Gabrielli: Quando voltei entrei na universidade, voltei a dar aula. Voltei depois da anistia. Lá fora mantive minha militância política, sou militante político antigo.
Entrevistador: Quem eram as suas principais relações na esquerda do PT?
Sergio Gabrielli: Eu fui condenado por ser membro da Ação Popular Marxista-Leninista (APML).
Entrevistador: Teve ação específica? Qual foi?
Sergio Gabrielli: Não teve ação militar.
Entrevistador: A prisão foi com alguma alegação?
Sergio Gabrielli: Algumas vezes. Eu não quero falar sobre isso, mas fui preso várias vezes, foram oito. "Mas eu acho que não é relevante falar sobre isso".
Entrevistador: Mas eu acho importante para um perfil de uma pessoa, dizer o que conhece.
Sergio Gabrielli: Voltei e no início do PT, em 80, conheci o Lula, o Wagner, fazia parte de um grupo fundador do PT, cuja primeira direção foi em 81. Fui diretor em 84, fui candidato a deputado federal em 82.
Entrevistador: Sempre na Bahia?
Sergio Gabrielli: Sempre na Bahia. Depois fui candidato a vice-prefeito em 86 e depois fui candidato a governador em 90.
Entrevistador: E quando o senhor abandonou o Marxismo-Leninismo? Ou ainda não abandonou?
Sergio Gabrielli: Na minha formação teórica eu acho que o Marxismo-Leninismo – Leninismo nem tanto, eu nunca fui muito Leninista – mas o Marxismo é um instrumento teórico interessante. Eu diria que minha formação teórica, como economista, envolve um pouco do “Marx”, que é uma formação eclética. Eu trabalhei muito com desenvolvimento regional e com empresas estatais na minha vida acadêmica. Então minha vida acadêmica envolve uma formação teórica forte sobre teoria econômica, história e desenvolvimento. Portanto é uma formação de economia política. E, do ponto de vista da experiência de gestão, de uma empresa do tamanho da Petrobras, ninguém pode dizer que teve experiência maior do que essa em nenhum lugar do mundo, porque é única. Pelo menos pelo tamanho e a importância dela para a economia local…
Entrevistador – Uma cultura muito forte?
Sergio Gabrielli: Uma cultura forte. Ela é única. Mas iniciei minha vida profissional fazendo projetos, trabalhei muito tempo com assessoria a projeto robusto em gestão. Fui gestor de uma fundação que trabalhava com projetos de apoio a pesquisa e desenvolvimento científico tecnológico. Minha formação, digamos, pré-Petrobras é "teórica".
Entrevistador – O senhor acha que isso vai ser questionado na CPI?
Sergio Gabrielli: Eu acho que vai.
Entrevistador: Porque muitos dizem sobre a ingerência política.
Sergio Gabrielli: Eu diria o seguinte: eu entrei na Petrobras como diretor financeiro, em 2003. A acusação inicial era que um ilustre desconhecido baiano, com todo preconceito que o baiano tem. E eu fui muito ousado. Eu com dois dias como diretor financeiro estava em Nova York, Londres, Tóquio, Milão. Eu fiz no primeiro ano mais de 1.500 reuniões no mercado com investidores.
Entrevistador: Em 2003 quando o senhor assumiu, qual era o valor de mercado? O senhor se lembra mais ou menos?
Sergio Gabrielli: 15 bilhões de dólares. Continuando, então em 2004/2005 eu passei a ser o melhor gestor financeiro do país. Ganhei prêmio de diretor financeiro latino-americano, ganhei prêmio de melhor executivo da área de petróleo ano passado em Londres, fui escolhido o homem do ano em Nova York…
Entrevistador: Ninguém lembrava que o senhor era baiano.
Sergio Gabrielli: Esqueceram que sou baiano.

Omissão da Realidade


Nesta, em outras entrevistas e em várias matérias do blog, Gabrielli passa a idéia de que todo o crescimento da Petrobras nos últimos anos é um mérito exclusivamente seu. Ele se esquece de citar os projetos que encontrou em andamento, inclusive os avançados estudos da área do pré-sal. Gabrielli omite ainda que o crescimento da Petrobrás não é um fenômeno exclusivo da estatal brasileira, mas envolve todas as indústrias petrolíferas do mundo, como é possível observar no gráfico abaixo:

Praticamente todas as empresas petrolíferas do mundo tiveram grande valorização após a invasão do Iraque pelos Estados Unidos em 2001. Os preços das commodities dispararam, elevando o valor de mercado de praticamente todas as companhias do setor. O valor de mercado da Petrobras simplesmente acompanhou a tendência de outras companhias. Há de se considerar ainda que a Petrobrás foi praticamente a única empresa do setor a anunciar a descoberta de grandes reserevas. As outras companhias não podem contar com as expstativas de exoplorar reservas gigantes como as do pré-sal, fato que impactou positivamente no valor de mercado da Petrobras e não apenas a genialidade administrativa "teórica" do Sr. Gabrielli.

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domingo, 21 de junho de 2009

Blog da Petrobras em Decadência.

A audiência do Blog da Petrobras vem caindo vertiginosamente após a empresa ter recuado da decisão de competir com os jornalistas que enviam perguntas, publicando antes as matérias. Aparentemente, a estratégia foi adotada para criar controvérsias nos meios de comunicação
e serviu por um tempo como forma de divulgação do blog na mídia. Agora que a controvérsia acabou, que a direção do blog enfiou a viola no saco e que as pessoas descobriam que o blog se tornou um palanque da militância petista, as visitas despencaram.
Na outra ponta, um blog que era para ser apenas uma divertida paródia da trapalhada da Petrobras, está fazendo o maior sucesso. Pelo menos lá, os comentários pertinentes e críticas à estatal não são censurados como no blog oficial. Talvez agora, com a queda nas visitas, é possível que a moderação do blog passe a permitir algumas críticas suaves por parte dos poucos internautas que ainda perdem seu tempo visitando um blog de uma empresa atolada em denúncias de irregularidades. Mais difícil ainda é acreditar nas justificativas, aparentemente técnicas, para denúncias oferecidas pelo Ministério Público, Polícia Federal e Tribunal de Contas da União.
O temor da possibilidade de serem investigados pela CPI da Petrobras levou direção da estatal e de uns poucos apadrinhados políticos que ocupam cargos estratégicos na empresa a adotar esta iniciativa desesperada de limpar a barra suja. Pelo menos, o Blog Livre da Petrobras, a paródia, é bem mais original que o oficial. Visitem: http://petrobrasdadosefatos.wordpress.com/

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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Petrobras: dinheiro demais sem licitação

O diretor executivo da Transparência Brasil, Claudio Weber Abramo, publicou esta semana alguns dados perturbadores sobre o volume de negócios feitos pela Petrobrás sem licitação. Veja a matéria a seguir:
A Petrobras é a maior empresa brasileira. Suas operações são estratégicas para o país. A extração de petróleo e gás natural de reservas situadas a grandes profundidades abaixo do solo do mar não é coisa simples. Custa um monte de dinheiro.
Para fazer seu trabalho, a Petrobras adquire equipamentos e contrata serviços de uma grande quantidade de fornecedores.
Esse poder de compra deveria fazer da Petrobras um importante instrumento de aplicação de uma política industrial, caso esta existisse no Brasil.
Mesmo sem levar em conta essa implicação econômica mais estratégica, é importante entender como a empresa realiza as suas compras. Elas são feitas de modo a maximizar a eficiência? Ou, dizendo em outras palavras, as compras são realizadas de modo a propiciar a máxima concorrência possível, com consequente redução dos preços praticados?
Diferentemente de qualquer outra estatal, a Petrobras tem um regulamento próprio de licitações. Uma lei especial foi promulgada para isso. Embora seja considerado internacionalmente um bom regulamento, é muito mais permissivo do que a lei de licitações que governa o resto do poder público, a lei 8.666/93.
Um indício disso vem da análise dos contratos que a empresa firma. Tomando-se apenas o ano de 2009, até a semana passada, e limitando a atenção aos contratos de serviços, a Petrobras empenhou nada menos de R$13.043.565.125,69. Treze bilhões de reais. Conforme a modalidade de licitação, esse dinheiro se distribuiu da seguinte maneira:
Modalidade de Licitação
Total
Leilão 31.324.130,00
Convênios 206.409.842,92
Dispensa 776.439.045,42
Inexigibilidade 873.028.521,41
Convite 5.330.652.611,14
Inaplicabilidade 5.825.710.974,80
Total 13.043.565.125,69
———————————–
Convênios, Dispensas, Inexigibilidades e Inaplicabilidades correspondem a contratações não submetidas a processo concorrencial. Alguém decide que a empresa fulana será contratada e assim fica. No agregado, isso dá cerca de R$ 7,7 bilhões, mais da metade do que a Petrobras contratou como serviços este ano.
Uma proporção tão elevada de contratações sem processo concorrencial levanta naturais indagações a respeito de como foram feitas.
Os cinco maiores contratos em cada uma dessas quatro modalidades foram:
Convênios
Nome da Contratada
Objeto
Montante do Contrato
FUNDACAO DE ESTUDOS DO MAR
MODERNIZAÇÃO DO CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE BRAZ DE AGUIAR
R$ 47.881.369,39
FUNDACAO DE ESTUDOS DO MAR
MODERNIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DO CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANT
R$ 30.069.636,58
FUNDACAO EUCLIDES DA CUNHA DE APOIO
MONTAGEM DO CENTRO DE CARACTERIZAÇÃO AVANÇADA PARA A INSDÚST
R$ 9.068.000,00
UNIAO ESPORTIVA VILA OLIMPICA DA
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO EDUCAR
R$ 5.711.301,40
CLUBE DOS EMPREGADOS DA PETROBRAS-
DESENVOLVER O PROJETO SOCIAL “PROGRAMA DE CRIANÇA” NAS COMUN
R$ 4.957.451,71
Dispensa
Nome da Contratada
Objeto
Montante do Contrato
MENDES JUNIOR TRADING E
EXEC.SERV.ELAB.PROJ.DET.,CONST.CIIVL PÍER TAIC E PONTE INTER
R$ 220.956.461,58
CONSORCIO GALVÃO - COLARES
IMPLANTAÇÃO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES, DA ÁREA A
R$ 135.344.859,44
PETROBRAS TRANSPORTE S.A TRANSPETRO
AFRETAMENTO DO FSO AVARÉ
R$ 60.841.917,99
PROCUREMENT NEGOCIOS ELETR. S.A
SOLUÇÕES PARA COMPRAS ELETRÔNICAS
R$ 59.613.100,00
PLANEJAMENTO E MONTAGENS S.V.M.
SERV.MONTAGEM DESTINADOS CONST.3 ESFERAS ARMAZENAMENTO GASES
R$ 29.470.000,00
Inaplicabilidade
Nome da Contratada
Objeto
Montante do Contrato
SEADRILL OFFSHORE AS
AFRETAMENTO DA UNIDADE WEST EMINENCE
R$ 2.024.645.238,56
SEADRILL OFFSHORE AS
AFRETAMENTO DA UNIDADE WEST TAURUS E SEUS PERTENCES
R$ 2.024.645.238,56
SEADRILL SERVIÇOS DE PETROLEO LTDA
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO NA UNIDADE WEST TAURUS
R$ 353.029.941,78
SEADRILL SERVIÇOS DE PETROLEO LTDA
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO NA UNIDADE WEST EMINENCE
R$ 335.807.245,80
PETROBRAS NETHERLANDS B.V.
AFRETAMENTO DA UNIDADE STENA DRILLMAX 1 ENTRE PETROBRAS E A
R$ 238.206.591,05
Inexigibilidade
Nome da Contratada
Objeto
Montante do Contrato
UEG ARAUCARIA LTDA.
LOCAÇÃO PELA PETROBRAS DA USINA TERMELÉTRICA A GÁS DE ARAUCÁ
R$ 486.505.044,00
COPEL GERAÇÃO E TRANSMISSÃO S.A.
SERVIÇO DE OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO - O&M UEG ARAUCÁRIA LTDA
R$ 79.200.000,00
CATERPILLAR BRASIL LTDA
SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA EM MANUTENÇÃO PREVENTIVA, CO
R$ 10.583.981,40
AKER SOLUTIONS DO BRASIL LTDA
ASSISTÊNCIA TÉCNICA EM ARVORE DE NATAL MOLHADA, MANIFOLD, CA
R$ 9.641.832,06
COMPUTER MODELLING GROUP
LICENÇA DE USO DE SOFTWARE E DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SUP
R$ 8.874.214,74.
Veja a matéria aqui

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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Governo subestima inteligência da população.



E com razão. Ao criar dificuldades para a instalação da CPI da Petrobras, o governo conta com a falta de credibilidade que conseguiu impor à alguns meiosde comunicação. O governo conseguiu criar o mito do posicionamento ideológico da mídia, onde classifica qualquer notícia negativa como perseguição política.Os meios de comunicação caíram na armadilha do disse me disse e pecam ao deixar de informar os fatos com clareza e veemência. É possível inclusive que alguns editores considerem que as informações agora são vistas de modo político-partidário e não como simples informações. Notícias de corrupção envolvendo o governo são encaradas como peças de setores da imprensa para atacaro governo e não como "denúncias de corrupção". Notícias favoráveis ao governo são vistas pela oposição como matérias fabricadas por setores da imprensa favoráveis ao governo e não como notícias favoráveis ao governo. Ao invés de estimular os valores da imprensa livre a atuante, o governo endossa a deturpação das atribuições dos meios de comunicação, quando seus representantes, inclusive o presidente da república, repudiam qualquer notícia negativa sobre o governo e atacam publicamente os órgão de imprensa. Parte significativa da população assimilou este tipo de interpretação das notícias. Aproveitando-se desta realidade, o governo, inclusive o presidente Lula, se empenha ao máximo em adiar o início dos trabalhos da CPI da Petrobras. Parte da população concordaque a CPI é apenas uma forma de atingir o governo e seus planos eleitorais. Algumas pessoas não se dão conta de que pode mesmo haver muitas irregularidades na estatal e encaram como normal o temor do governo em permitir que a CPI se instale. Na prática,o que o governo tenta impor ao povo brasileiro é aceitar liberar um suspeito de crimeantes que o mesmo seja investigado, ignorando todos as evidências relativas à suspeição.Qualquer pessoa sensata aceitaria propor investigação sobre algo suspeito, mesmo acreditando na possibilidade de não haver nada de incriminador. A investigação éapenas uma forma de eliminar ou comprovar suspeitas. Ocorre que os meios de comunicaçãono Brasil parecem não conseguir colocar estas informações de forma clara para a população. Parece que os jornalistas preferem assimilar as estratégias do jogo político a revelar com clareza as implicações práticas desse tipo de conduta para apopulação e para o bem do país. Explorando esta caracaterística do que se convencionoua informação no páis nos últimos anos, a Petrobras lançou um blog onde acusa os meios de comunicação de atuarem contra o páis ao divulgar "supostas irregularidades na estatal"Na visão dos dirigentes da estatal, qualquer meio de comunicação que divulgue notíciassobre irregularidades na Petrobras está contra o povo brasileiro, num claro estímuloaos seus leitores a duvidar sempre do que é publicado por alguns setores da imprensa.De acordo com esta visão, não é possível que um cidadão critique o governo, sem que sejasimpatizante da oposição e vice-versa. O governo pretende eliminar o conceito de neutralidadebem intencionada. Falou mal, é oposição e pronto. Pior para o jornalismo, pior para o povo, pior para o Brasil.
Blog da discórdia
Acuada pelo perigo de ver reviradas as suas entranhas e pelo temor que talvez considere justificável! – de que lá se encontrem coisas que não poderiam ser reveladas, a Petrobras montou uma caríssima estratégia para prevenir-se dos efeitos da CPI criada no Senado por iniciativa do paranaense Alvaro Dias. Pôs a trabalhar em regime de exclusividade para este fim uma estrutura de comunicação social que envolve 1.150 pessoas e criou um blog na internet para responder, em tempo real, às suspeitas e fatos apurados na CPI – comissão que, aliás, ainda nem sequer pôde abrir os trabalhos em razão da disputa interna entre governistas interessados no butim de vantagens que ela pode gerar.
Pois bem: a ansiedade demonstrada pela empresa, símbolo nacional e joia da coroa dentre as estatais, levou-a ao ponto de protagonizar um inusitado e teratológico caso de desvio de finalidade da própria estrutura que montou e de desrespeito ao papel da imprensa e às liberdades democráticas.
De fato, ao colocar seu blog no ar pôde-se sentir o quanto a Petrobras desejava controlar o processo de divulgação, pois deu-se ao despropósito de revelar as perguntas que lhe eram encaminhadas pelos veículos de comunicação e seus jornalistas, com suas respectivas respostas, antes mesmo que as matérias jornalísticas que pretendiam produzir fossem publicadas.
Dois aspectos são os mais relevantes nessa estratégia. Primeiro, o de desrespeitar um dos mais singelos valores perseguidos pelos veículos e pelos profissionais de imprensa, qual seja o de produzir reportagens exclusivas. Segundo, pela inominável revelação, pela própria empresa, de que assim agindo teria condições de controlar os conteúdos a serem publicados.
Ditaduras não teriam tido ideia melhor. Elas, as ditaduras, para alcançar o mesmo resultado pretendido pela Petrobras, preferiam postar seus agentes dentro das próprias redações para determinar o que não podia e o que e como podia ser publicado.
Felizmente, a estatal se rendeu ao justo clamor de toda a imprensa nacional e extinguiu o método com que pretendia contrangê-la. Resta agora outra estratégia à Petrobras e ao governo: controlar a própria CPI. Tarefa bem mais fácil.

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terça-feira, 9 de junho de 2009

Gabrielli atua por baixo dos panos. A farsa dos preços do diesel no Brasil.


Temendo a possibilidade de que algum distribuidor lançasse mão do direito de importar combustíveis, a Petrobrás já vinha oferecendo descontos de até R$ 0,25 por litro, de acordo com o presidente da Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombistiveis), Paulo Miranda. Um desconto bem maior que a queda anunciada ontem para os preços do diesel.
Muitos se lembram quando José Sérgio Gabrielli afirmou que não pretendia baixar os preços e que quem quisesse combustível barato, que comprasse lá fora. "Se o preço nacional está muito caro, a lei permite a importação de combustíveis por outras distribuidoras". "O mercado brasileiro é aberto e tem mais de 250 distribuidoras que podem importar quando quiserem" Afirmou Gabrielli meses atrás (veja a matéria aqui). Na prática, a Petrobras agiu de outra forma. Adotou a política de descontos para os distribuidores a fim de inibir as importações. A diferença é que estes descontos nunca foram repassados para o consumidor final, que continuava pagando o preço cheio.
De fato, esta política adotada pela Petrobrás é imoral em todos os aspectos, pois visava inibir a iniciativa privada de importar, com vistas a manter o monopólio de comercialização, ao mesmo tempo em que impedia que os benefícios se estendessem ao consumidor final. Esta estratégia de manipular o mercado, interferindo diretamente nas regras do livre mercado, é apenas um esboço do tipo de filosofia adotada pela direção da Petrobras no vale tudo para dominar o mercado.
A agressiva política de descontos foi adotada com o objetivo de frear o crescimento nas importações de diesel por clientes da Petrobras. Segundo fontes do setor, grandes consumidores industriais e até distribuidoras tradicionais de combustíveis chegaram a trazer cargas de diesel importado, mediante a negligência da estatal em repassar as quedas nas cotações internacionais do petróleo.
O preço do combustível brasileiro estava no mesmo nível desde maio de 2008, quando o petróleo rondava a casa dos US$ 105 por barril. Com a queda do valor negociado no mercado internacional para cerca de US$ 40, no início do ano e agora permanecem estáveis na casa dos U$ 60, as importações ainda são mais lucrativas. Pubicamente, o presidente da Petrobrás afirmou que não baixaria os preços, mas por baixo dos panos, pratica a política de descontos, favorecendo apenas os distribuidores e a própria estatal, em detrimento do consumidor. Uma atitude pouco nobre, considerando os esforços múltiplos dos consumidores para comprar os produtos da Petrobras.

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segunda-feira, 8 de junho de 2009

Petrobrás e Governo Combinam Permuta Custos X Impostos Para Baixar Preços dos Combustíveis


Conforme foi antecipado neste espaço, Petrobras e governo adotam manobra conjunta na hora de ajustar os preços dos combustíveis no Brasil. A estatal baixou os preços na refinaria ao mesmo tempo em que o governo elevou a CIDE (contribuição de intervenção no domínio econômico), que na verdade não é uma contribuição por não ser voluntária, mas sim mais um imposto obrigatório do governo, onde o domínio econômico é literalmente o bolso do consumidor e a intervenção é a mão gananciosa do governo.

No caso da gasolina, na prática, não haverá nenhuma alteração nos preços para o consumidor. A petrobras reduziu seu preço em 4,5% ao mesmo tempo em que o Ministério da Fazenda elevou a CIDE na mesma proporção para o óleo diesel e para a gasolina. Como o diesel sofreu uma redução de 15% na refinaria, é possível que haja alguma redução de preços para o consumidor final.

No balanço geral, a Petrobras continua lucrando muito, considerando que seu último aumento de preços em maio do ano passado foi de 10% para a gasolina e 15% para o diesel. O aumento do ano passado se deu quando o barril de petróleo estava na casa dos U$ 120, ou o dobro do valor de mercado hoje. Para que houvesse alguma coerência por parte da estatal e do governo, a redução agora teria de ser proporcional à realidade do mercado, e não apenas esta peça de publicidade enganosa. O ajuste, usado por José Sérgio Gabrielli em seus auspícios em sua entrevista ao programa Roda Viva, representa apenas um argumento a ser explorado pel0 governo e pela direção da estatal em confrontos com a imprensa e opinião pública, visando enfraquecer o foco na CPI da Petrobrás a ser iniciada esta semana.
De fato, é até compreensível que o governo adote a estratégia de transferência de renda com sua política de preços para os combustíveis. O consumidor paga algo em torno de 30% acima do valor de mercado e a Petrobras financia parte do PAC (plano de aceleração do crescimento) em projetos sociais. O grande probelma é a falta de transparência nesta política, que pode perfeitamente ocultar outros projetos e planos de poder. O famoso lado negro de Gabrielli, Lula e CIA.

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ANJ acusa a Petrobras de tentar intimidar a imprensa

Nota oficial que acaba de ser divulgada pela Associação Nacional dos Jornais:
"A Associação Nacional de Jornais (ANJ) manifesta seu repúdio pela atitude antiética e esquiva com que a Petrobras vem tratando os questionamentos que lhe são dirigidos pelos jornais brasileiros, em particular por O Globo, Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo, que nas últimas semanas publicaram reportagens sobre evidências de irregularidades e de favorecimento político em contratos assinados pela estatal e suas controladas.
"Numa canhestra tentativa de intimidar jornais e jornalistas, a empresa criou um blog no qual divulga as perguntas enviadas à sua assessoria de imprensa pelos jornalistas antes mesmo de publicadas as matérias às quais se referem, numa inaceitável quebra da confidencialidade que deve orientar a relação entre jornalistas e suas fontes.
"Como se não bastasse essa prática contrária aos princípios universais de liberdade de imprensa, os e-mails de resposta da assessoria incluem ameaças de processo no caso de suas informações não receberem um “tratamento adequado”.
"Tal advertência intimidatória, mais que um desrespeito aos profissionais de imprensa, configura uma violação do direito da sociedade a ser livremente informada, pois evidencia uma política de comunicação que visa a tutelar a opinião pública, negando-se ao democrático escrutínio de seus atos".
Júlio César Mesquita, vice-presidente da ANJ e responsável pelo Comitê de Liberdade de Expressão"

Trechos da entrevista de Álvaro Dias para o Programa Roda Viva

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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Blog da Petrobras Veicula Informações Distorcidas

Começou mal. Uma iniciativa que tinha tudo para reparar a imagem da empresa começa a se revelar mais uma estratégia barata da estatal para ludibriar a opinião pública. Os responsáveis pelo Blog (a própria Petrobras) confirmaram terem recebido muitas perguntas sobre o preço e a qualidade da gasolina no Brasil. Contrariando as expectativas de maior transparência que a iniciativa sugere, a estatal usa o espaço para distorcer informações, visando conquistar a simpatia dos leitores do blog. Veja a matéria abaixo:

"O blog da Petrobras está recebendo muitas perguntas sobre o preço e a qualidade da gasolina brasileira.
A Petrobras gostaria de esclarecer que, no Brasil, vende-se uma mistura de 75% de gasolina e 25% de álcool anidro.
Do preço que pagamos por litro, 17% é do posto, 7% é do álcool, 29% para o *ICMS, 14% de **CIDE + PIS/COFINS e somente 33% é o valor da gasolina.
Em vários outros países a gasolina é mais cara, como Uruguai, Peru, Japão, Inglaterra, Alemanha, Itália, etc. A gasolina da Petrobras é uma das mais baratas do mundo, se considerar o preço vendido na refinaria. A gasolina brasileira equivale às melhores do mercado internacional, sem chumbo e de octanagem 87 na comum e 95 nas Premium.
Veja a matéria aqui

O Blog da Petrobrás perde toda a credibilidade ao divulgar informações distorcidas visando manipular a opinião pública de forma deliberada. Esta falta de credibilidade compromente o restante do conteúdo do Blog, incluisives as respostas aos usuários e órgãos de imprensa.

Preço da gasolina no Brasil

A Estatal subestima a inteligência do leitor quando afirma que a gasolina da Petrobras é uma da mais baratas do mundo, citando apenas uns poucos países onde a gasolina é mais cara. Desde março, houve algumas açterações no mercado mundial. No caso do Brasil, com a queda nas cotações do dólar, o litro da gasolina está em média de U$ 1.32 por exemplo, mantendo praticamente a mesma posição na ranking das gasolinas mais caras do mundo, conforme o gráfico publicado aqui no mês de de março.

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Octanagem
Quase 99% da gasolina consumida no Brasil é da qualidade comum, sem chumbo e de octanagem 87. Este produto é equivalente ao resto das gasolinas comuns comercializadas no terceiro mundo, inferior à comum da europa, de 91 octanas. Já o preço da gasolina Premium da Petrobrás colocaria da gasolina brasileira como A MAIS CARA DO PLANETA mesmo quando comparada a comercializada em Londres ou Tókio. De fato, o Brasil tem a gasolina mais cara do mundo entre os países auto suficientes, conforme ilustra figura abaixo.

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Composição dos preços da gasolina Petrobras.
O Blog da Petrobras usa ainda de má fé ao informar seus leitores sobre a composição dos preços da gasolina no Brasil, quando afirma que 17% do preço da gasolina é do "posto", conforme é possível verificar na matéria. No site oficial da Petrobras, os 17% da composição dos preços da gasolina são referentes a "distribuição (BR distribuidora da Petrobras) e revenda" (veja aqui). Os donos de postos de combustíveis deveriam exigir uma reparação pública quanto à esta informação, que é literalmente inverídica e visa enganar o consumidor.

Em uma única matéria, com poucas linhas, é possível identificar três informações distorcidas. A Petrobras, através de seu Blog, tenta ludibriar o leitor, visando melhorar sua imagem perante a opinião pública de forma pouco honrosa, jogando parte de suas responsabilidades para os donos de postos. Vejam a composição dos preços da gasolina no Brasil.
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O gráfico é da própria Petrobras, referente ao mês de maio de 2009 e pode ser visualizado no site da estatal. No gráfico, o a parcela de 17% é creditada corretamente à distribuição e revendas. Vale lembrar que a Petrobras domina todas as áreas possíveis de atuação. A presença esmagadora da estatal na distribuição se dá por meio da BR, uma de suas principais fontes de receita.

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quinta-feira, 4 de junho de 2009

Petrobras cria blog para se defender de denúncias da CPI


Na quarta-feira (3), a Petrobrás criou na internet “um novo espaço para apresentar fatos e dados, inclusive sobre as questões relativas à Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Federal”, conforme diz nota da empresa.
Segundo a área de comunicação corporativa da Petrobrás, no endereço www.petrobras.com.br/fatosedados o público vai encontrar informações, números, conteúdos complementares, além de indicação de sites relacionados aos temas. A empresa abre também a possibilidade para comentários e enquetes. A ideia é identificar novos assuntos a serem tratados e conhecer opiniões.
Na nota, a empresa destaca que “a abertura deste canal de comunicação ressalta a atuação socialmente responsável da Petrobras em respeito aos seus públicos e à sociedade, além de reiterar o compromisso da companhia com a transparência”.
Ao invés de refutar comentários feitos no Programa do Jô, a área de comunicação da estatal bem que poderia aproveitar este importante espaço para esclarecer alguns fatos ao público, tais como a captação de U$ 10 bilhões junto ao governo chinês, em troca do fornecimento de 200 mil barris de petróleo por dia durante dez anos. Informar que o acordo equivale ao comprometimento de dez por cento da produção no Brasil e de acordo com especialistas, cada barril sairá por menos de U$ 13, um verdadiro negócio da China. (para os chineses). Seria interessante ainda saber até que ponto este acordo interfere na auto suficiência do país ou quanto petróleo o Brasil terá que importar para garantir o cumprimento deste acordo, ou ainda, a que preço a Petrobrás irá importar petróleo, caso necessário.
A direção da estatal poderia aproveitar o espaço para esclarecer a sua interferência no desenvolvimento do Novo Marco Regulatório que irá determinar as novas regras de exploração das jazidas do pré-sal e revelasse ainda com exatidão qual o montante das reservas descobertas até agora. Uns falam em 70 bilhões de barris, outros em 100 bilhões e há até aqueles que cogitam a possibilidade de haver 200 bilhões de barris. Estes esclarecimentos, entre outros, seriam bem vindos neste momento e poderiam conferir de fato mais transparência à gestão da estatal. Fora isso, os blogs do Paulo Henrique Amorim, do Luiz Nassif, do Azena (vi o mundo), ou mesmo o blog do José Dirceu já são suficientes para defender as falcatruas da estatal. Não precisava gastar dinheiro público com mais esta peça, considerando que o blog é Wordpres, logo, espaço gratuito.

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segunda-feira, 1 de junho de 2009

Gabrielli faz ameaças veladas em clima de chantagem ao citar a CPI


Além da pressão do PMDB por cargos na estatal, cobiçados até mesmopelo presidente Lula, é provável que haverá corpo mole por parte da direção da Petrobras em fornecer informações aos membros da CPI. Hoje, em entrevista na Unidade de Negócios da Industrialização do Xisto, em São Mateus do Sul, no sul do Paraná, a cerca de 150 quilômetros de Curitiba, José Sérgio Gabrielli falou em tom de ameaça, lembrando o plano de investimentos da estatal, de U$ 174,4 bilhões até 2013.

"O plano de investimentos atrai várias atenções e esperamos que a iniciativa das investigações sobre fatos determinados não atrapalhe nosso setor de investimentos, esperamos que as iniciativas, particularmente do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), não venham a atrapalhar os investimentos, particularmente no Estado do Paraná".

No mesmo tom, o diretor de Abastecimento da empresa, Paulo Roberto Costa, alertou: "Se parar investimentos vai parar contratos, se parar contratos vai ter demissões". Segundo ele, o País será prejudicado. "Alguém depois vai ter que explicar esses prejuízos", acrescentou Gabrielli, que ainda tentou emitir um alerta aos partidos que recebem doações de empresários investidores da Petrobras ao afirmar que "A continuidade dessa campanha, a permanente presença da Petrobras não mais nas páginas econômicas, mas nas páginas políticas e de denúncias dos jornais, evidentemente vai impactar sobre a reputação da Petrobras", insinuando a insatisfaçãode alguns setores do mercado com a CPI.
As ameaças não são suficientes para impedir o andamento da CPI, mas podem perfeitamente inibir as iniciativas de alguns parlamentares. Gabrielli, Costa, Lula e Dilma sabem muito bem disso. A tática adotada pelo governo consiste em atacar, revelando as armas e artificíos a que podem recorrer em caso de uma investigação mais apurada. A oposição, que assim como Lula também cobiça cargos na estatal, tem dois desafios pela frente: resistir à chantagem da política de investimentos ou resistir à oferta de cargos estratégicos na direção da empresa em troca de fazer vistas grossas à dezena de irregularidades apuradas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Fica cada vez mais difícil acreditar que todas as denúncias serão apuradas de fato, em face do pesado jogo de interesse envolvido.

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