Enquanto o preço do barril do petróleo despenca no mundo todo, a empresa brasileira insiste em manter os preços nos mesmos patamares do incício do ano, quando o barril chegou a valer 140 U$. Hoje, o preço na casa dos 50 dólares o barril fez com que a gasolina acompanhasse a queda de preços em praticamente todos os paíse do mundo, aliviando um pouco os efeitos da crise mundial. Menos no Brasil, onde o monopólio do refino pertence à petrobrás.
Gasolina não baixa na bomba mesmo com preço em queda no mercado internacional.
Alegando "dificuldades" no caixa para tocar seus projetos de investimentos, a Petrobras avisou ao governo que não tem a menor condição de reduzir os preços da gasolina e do diesel por um bom tempo, mesmo os preços do petróleo tendo caído, desde julho, quase US$ 100, atingindo agora US$ 50 o barril.
Pelas contas do economista Fábio Silveira, da RC Consultores, o preço da gasolina no Brasil está hoje 52% acima da média do mercado externo. Em outubro, a diferença era de, no máximo, 9%. Já o óleo diesel está 19% mais caro no país. Esses números estão muito próximos dos que circulam na Secretaria de Política Econômica, da Fazenda, e que vinham sendo vistos como uma “janela de oportunidade” para que o BC pudesse levar adiante a promessa de puxar a inflação de 2009 para o centro da meta, de 4,5%, sem a necessidade de promover novo aperto monetário.
Não é preciso lembrar que em maio deste ano, com o barril do petróleo bem acima de US$ 100, a companhia acompanhou a tendência de alta e elevou em 10% o preço da gasolina nas refinarias e em 15%, o diesel.
A exploração do consumidor por parte da estatal não se limita à gasolina. Se estende ao gás de cozinha, ao óleo diesel, ao querosene de aviação, entre outros. Quem está lucrando com esta situação? O governo, que espera se beneficiar desta oportunidade, reduzindo a expectativa de inflação para o próximo ano? Os expeculadores que perdem menos com a queda do petróleo? Ou ainda, os dirigentes da empresa, que minimizam os danos causados por sua gestão temerária? Certamente todos acima estão se beneficiando, menos o pobre do consumidor.
Cabe lembrar que os bancos estrangeiros Wall Street, o Citibank, Morgan & Stanley, Bilbao Viscaya figuram como as maiores acionistas da Petrobrás. As Instituições mencionadas possuem a cereja do bolo sob a forma de ações preferenciais, que tem maior dividendo. Isso significa que quando a Petrobrás distribui bilhões de dólares em lucro entre seus investidores, praticamente metade de toda a grana vai para os investidores extrangeiros.
Enquanto isso, o consumidor americano experimenta o alívio de quedas superiores a 50 % no preço final do produto.
O preço da gasolina nos EUA registrou nesta quarta-feira uma queda de pouco mais de 50% em relação ao recorde atingido em julho deste ano. O galão (3,785 litros) de gasolina no país atingiu o preço médio de US$ 2,047 nesta quarta, contra US$ 4,114 em 16 de julho. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pela AAA (Associação Americana do Automóvel).Em 21 Estados americanos, o preço do galão de gasolina já recuou para menos US$ 2; o Estado com o preço mais baixo foi o do Missouri, US$ 1,754.Nos demais Estados, o preço está abaixo dos US$ 3 --com exceção do Alasca, onde o preço médio do galão chegou a US$ 3,150.O preço do óleo diesel caiu para uma média de US$ 2,947 por galão, contra US$ 2,961 ontem. O preço do petróleo hoje chegou a um mínimo de US$ 53,30; em 11 de julho deste ano, no entanto, o barril bateu o recorde de US$ 147,27.A pesquisa da AAA é diária e feita a partir dos pagamentos de abastecimento com cartão de crédito feitos em 100 mil postos de serviços no país todo.
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